Luxo ou preguiça?

Quase uma da tarde e ainda de pijama... Luxo ou preguiça? Um pouco dos dois, repito para mim mesma, para não ser demasiado dura comigo própria. Por vezes sinto que me castigo e castro com regras que não existem senão na minha cabeça. Não tenho que trabalhar hoje, as lides da casa não fogem e os "Fifis" (os 3 donos da casa: os gatinhos) parecem adorar esta nossa deliciosa "ronha".

Procuro silenciar as vozes na minha cabeça que me ordenam que me despache, que limpe, arrume e tenha sempre tudo imaculado. Não quero ser escrava dos meus próprios pensamentos. O que acontece dentro da privacidade da nossa casa é um reflexo directo do que acontece dentro de nós. Não posso nem quero viver no caos, mas também não pretendo deixar de desfrutar de um dia de descanso só porque sou demasiado fóbica para "entregar". 

A Boo e o Shanti estão sentadinhos ao meu lado. A Boo, sempre muito curiosa, observa cada palavra que escrevo. Acho que quer ser a minha revisora oficial. O barulho de fundo, muito pouco romântico, da máquina de secar, corre o risco de tornar este post numa "Ode à Hipocrisia - Pensamentos de uma dona de casa - Vol. I". Contudo, o meu ritmo interno acompanhado pela percussão do teclado, elevam-me a uma paz de espírito imperturbável.

Estou calmamente sentada a escrever. E escrever é definitivamente o meu maior "guilty pleasure". Então processem-me. Processem-me por a casa não estar imaculada, processem-me por estar de pijama e por ainda não ter orientado o almoço. Processem-me... e observem e invejem a minha bolha de tranquilidade.

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