Dia 123: Pontos de vista
Quando estamos a praticar yôga deparamo-nos com inúmeros pontos de vista. Todos eles deliciosos e todos eles, se encarados como uma forma de autoestudo, ensinam-nos imensa coisa sobre nós, a nossa prática e o papel do yôga na nossa vida.
Quando pratico sozinha o meu sádhana é um momento de introspeção e de comunhão. É como um primeiro encontro só que com cada célula do meu corpo. Quero saber tudo sobre ele. Consigo escutar e sentir toda a prática literalmente palpitar dentro de mim.
Quando pratico em turma, quando o universo e os meus queridos colegas yôgins me oferecem uma aula, é delicioso. Adoro o calor da energia do grupo. O trabalho começa no particular mas a energia é partilhada. A cada expiração sinto-me mais grata e una.
Quando ofereço uma prática, as palavras brotam-me diretamente do coração. Há momentos em que as palavras que profiro já não são minhas. É aquele momento mágico em que me sinto completamente ligada ao inconsciente coletivo. Sei que embarquei de corpo e alma na viagem quando sinto o tom da minha voz suavizar e as minhas mãos dançam ao ritmo do meu discurso. E que orgulho! É como se tivesse um dia de verão guardado no meu peito, quando abro os olhos e vejo os meus alunos completamente entregues.
A verdade é que o yôga emociona-me de muitas maneiras, mas a serenidade e a leveza espelhadas no rosto dos meus alunos arrebatam-me.
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