O Yôga e as mudanças

Abraçar o vegetarianismo




Nos últimos meses dei uma volta de 180º na minha alimentação. Já há alguns anos que queria conseguir ter uma dieta essencialmente ovo-lacto-vegetariana mas não era fácil para mim. Foi um processo longo superar a ligação emocional que desenvolvi com determinadas "confort foods" mas principalmente ultrapassar as barreiras mentais que não me permitiam ver que é bem mais fácil ser uma cozinheira criativa com fruta e legumes do que com carne e peixe.

Habituada a comer demasiada carne, não foi fácil desabituar o meu corpo. A energia baixava drásticamente, o cansaço acumulava-se mais, tinha mais sono e frio... até que um súbito ataque de gula acabava com todo o esforço.

Tenho de assumir: continuo a comer carne e peixe. Não sei se alguma vez irei deixar de o fazer. Mas o meu objetivo nunca foi ser radical. Ser radical pode não ser muito bom... Para já estou a tentar apenas encontrar um ponto de equilíbrio que me permita manter estável e saudável tanto fisica como emocionalmente. Se por um lado parte da minha vida é dedicada ao yôga, outra parte é dedicada à frenética e stressante produção televisiva. Tenho colegas que conseguem ser completamente vegetarianos mas o meu percurso vai ser um bocadinho maior. Afinal de contas, durante muitos anos, eu fui praticamente carnívora.

Até há bem pouco tempo eu era uma daquelas pessoas que praticamente não comia nem legumes nem fruta. Gostava de um ou outro mas viver apenas disso? Era absolutamente impensável...

Com muita disciplina emocional reconheço que aos poucos tenho vindo a deixar de sentir a necessidade que já tive em tempos, de comer carne. Mas muita disciplina emocional mesmo... Bem, disciplina emocional e.... muitos kg de chocolate ;)

O que importa é que ainda não desisti de mudar - ou será mais evoluir?
Por mim e pelo Planeta Terra. É urgente mudar e a mudança que queremos ver no Mundo deve começar em nós mesmos, não é? ;)

Não é fácil para mim assumir que tenho este rio para atravessar. Afinal de contas sou uma yoguini... é imperativo ser vegetariana. Apesar do que muitos possam pensar de mim e da sinceridade do meu percurso acredito que temos de ser verdadeiros connosco próprios e com o próximo. E por isso resolvi escrever este artigo. Assumo. Assumo que ainda tenho um longo caminho a percorrer.

Comentários

Sónia Pedro disse…
Mas que deliciosa reflexão...