ORIGEM DO YOGA E A SUA CRONOLOGIA HISTÓRICA
O Yôga teve sua origem na Índia, mais precisamente, no território onde a civilização harappiana ou dravídica, se expandiu a partir do Vale do Rio Indo. Ao longo de cinco milénios, o Yôga sofreu inúmeras mutações.
Dividimos o Yôga em dois grandes períodos: o Yôga Antigo e o Yôga Moderno. O primeiro ocupa um espaço de 4.000 anos. O segundo, ocupa apenas os últimos mil anos.
A diferença mais marcante entre os dois grandes grupos é o fato de que o Yôga Antigo ser de tendência predominantemente Sámkhya, enquanto que o Yôga Moderno é de tendência predominantemente Vêdánta.
O Sámkhya, é naturalista (não-espiritualista) e interpreta os fenómenos desencadeados pelo Yôga como ocorrências que obedecem às leis da Natureza.
O Vêdánta, é espiritualista, não raro, místico, quase religioso, e atribui os fenómenos produzidos pela prática do Yôga à graça divina e ao mérito espiritual do praticante.
O Yôga Antigo é dividido em Pré-Clássico e Clássico.
O Pré-Clássico é fundamentado pelo Niríshwara Sámkhya, ou “Sámkhya sem-Senhor”, e o Clássico, pelo Sêshwara Sámkhya, ou “Sámkhya com-Senhor”. Este último é discretamente teísta, mas ainda não é espiritualista nem místico.
O Yôga Moderno é dividido em Medieval e Contemporâneo, ambos regidos pelo Vêdánta.
Primeiramente, nasceu o Yôga Primitivo, Pré-Clássico, Pré-Ariano, Pré-Védico, Proto-Histórico. Ele precisou de se transformar durante milhares de anos para chegar a ser considerado Yôga Clássico, não sendo portanto o mais antigo dos Yôgas.
Em várias escavações arqueológicas foram encontradas evidências de posições de Yôga muito anteriores ao período clássico e textos que precederam essa época já citavam o Yôga.
A Índia foi ocupada pelos áryas, cujas últimas vagas de ocupação ocorreram cerca de 1.500 a.C. Isso, foi o fim da Civilização harappiana, de etnia dravídica. Conforme registaram muitos historiadores, os áryas eram na época um povo nómada, guerreiro e sub-bárbaro (os áryas precisaram de mil e quinhentos anos para ascender à categoria de bárbaros - durante o Império Romano). A Índia foi o único país que, depois de ter conquistado a arte da arquitectura, após a ocupação ariana passou séculos sem arquitectura de espécie alguma, uma vez que os seus dominadores sabiam destruir, mas não sabiam construir.
Os arianos consideravam-se e aclamaram-se uma raça superior e promoveram uma “limpeza étnica” e destruíram todas as evidências da civilização anterior. Essa eliminação de evidências foi tão eficiente que ninguém na Índia e no mundo inteiro sabia da existência da Civilização harappiana, até o final do século dezanove, quando o arqueólogo inglês Alexander Cunningham começou a investigar umas ruínas em 1873. É por este motivo que as Escrituras hindus ignoram o Yôga Primitivo e começam a História no meio do caminho, quando o Yôga já havia sido arianizado.
Tudo o que fosse dravídico era considerado inferior. O que era da cultura indígena era considerado selvagem, inferior, primitivo e indigno. Após mil e tantos anos de dominação ariana, não restava na Índia qualquer vestígio da extinta Civilização Dravídica.
A tradição, as lendas e mesmo as Escrituras declaram que o Yôga foi criado por Shiva. Só não confessam que Shiva era drávida. No entanto, chama-nos a atenção um pormenor artístico. Em todas as pinturas, Shiva é representado com a pele mais escura que os demais. As pessoas que aparecem naquelas representações pictóricas têm a tez clara, porém o criador do Yôga é retratado com a cor violácea. Isso é bastante revelador, uma vez que os drávidas eram morenos, tinham olhos e cabelos negros, enquanto os arianos eram originalmente louros, de pele e olhos claros. Depois, com 3.500 anos de cruzamentos raciais, deixaram de sê-lo. Hoje podemos encontrar saddhus nas montanhas, que cobrem a sua pele escura com cinzas e ficam com a mesma cor violácea atribuída ao criador do Yôga.
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