O tempo

Já perdi a conta aos dias e às horas. Já deixei de pensar no tempo que se dissolveu por entre a chuva e as obrigações que permaneceram. Estou sentada num muro, algures entre a inércia e um estado de piloto automático. Tenho momentos em que estou mais empoleirada para um dos lados, outros que só me apetece deitar no muro e ficar ali parada. Lá fora chove, e dou por mim e ir à janela e a contemplar demoradamente o céu. A energia das primeiras semanas, a enorme vontade de estar activa e de tentar manter o ritmo "normal" da vida, parece ter ido embora. Sinto-me como este tempo. Preciso simplesmente de estar. A chuva é tão necessária, e a sua música tão doce. Vou deixar que me embale. 

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